segunda-feira, 8 de abril de 2013

C. S. Lewis - Os quatro amores





Quem nunca ouviu falar em Nárnia ? Pois bem, o seu escritor Clive Staples Lewis (1898- 1963) não escreveu apenas esta grande obra, mas também escreveu Perelandra, Cristianismo Puro e Simples, Cartas do diabo ao seu aprendiz, entre outras.
Comecei a me interessar mais por suas obras depois de assistir um * documentário sobre sua vida pessoal - onde explica o porquê de suas obras possuírem traços cristãos tão fortes.
Após ler os quatro primeiros livros de Nárnia, tive a curiosidade de ler Os Quatro Amores após ver uma ótima resenha no * youtube.
Lewis dividiu o amor em quatro vertentes nesta obra, e se empenhou em explicar a diferença entre elas e sua importância, os tipos de amor existentes para ele eram:  Afeição, Amor, Eros, Caridade, e as formas delas se manifestarem era através do amor-necessidades, amor-doação e apreciativo.

O amor-Necessidade clama a Deus de nossa pobreza; o amor-Doação deseja servir ou mesmo sofrer por Deus; o amor Apreciativo exclama: “Nós te damos graças por tua glória”. O amor-Necessidade diz a respeito de uma mulher: “Não posso viver sem ela”; o amor-Doação anseia por fazê-la feliz, dar-lhe conforto e proteção - e, se possível, riqueza; o amor Apreciativo contempla e prende a respiração, fica em silêncio e se rejubila de que tal maravilha possa existir, mesmo que não seja para ele; não ficará inteiramente deprimido se a perder, pois prefere isso a jamais tê-la visto. "

No capítulo quatro ele fala exclusivamente sobre a amizade, diz que este o termo é marginalizado atualmente, e esse sentimento hoje tem pouco haver com  "aquela Philia que Aristóteles classificou entre as virtudes ou a Amicitia sobre qual Cícero escreveu um livro." Nos nossos dias amizade é mais superficial, comunalmente confundida com a simples afeição.

 " Lamb diz em algum lugar que se dentre três amigos (A, B e C) , A morresse, então B perde não só A mas também a “parte de A em C”, enquanto C perde não A mas “a parte de A em B”. Em cada um de meus amigos existe algo que somente um outro amigo pode trazer plenamente à tona. Por mim mesmo não sou grande o bastante para fazer com que o homem total entre em atividade. Quero outras luzes além da minha para mostrar todas as suas facetas. "


 Neste mesmo capítulo ele ainda comenta sobre a amizade pura, casta entre homem e mulher, para ele só é possível que sentimento tão forte entre pessoas de sexo diferente não se transforme em Eros quando  há algo no outro que não o atraia fisicamente. Vocês concordam?

" Quando as duas pessoas que descobrem estar palmilhando a mesma estrada secreta são de sexos diferentes, a amizade que surge entre elas irá facilmente transformar-se - talvez depois da primeira meia hora - em amor erótico. De fato, a não ser que sejam repulsivos um ao outro fisicamente ou que um ou ambos já tenham outros compromissos, é quase certo que isso aconteça mais cedo ou mais tarde. E, inversamente, o amor erótico pode levar à amizade entre os amantes." 



sexta-feira, 29 de março de 2013

A arte de amar - Ovidío


"Enquanto ainda és livre e vais onde queres com a rédea solta, escolhe aquela a quem possas dizer: “Só tu me agradas”. Todavia, ela não cairá nas tuas mãos, como trazida do céu por uma brisa, terás que buscar a mulher que encantará seus olhos."

Ovidío é o único poeta latino a receber o titulo de " imoral", o que é uma injustiça, isso talvez tenha acontecido porque ele insinuou que o amor não é algo totalmente espontâneo, existe sim, no ponto de vista dele, uma forma de "atrair" o amor, ou fazer determinada pessoa se apaixonar por você. E é isso o que ele propõe a fazer nesse maravilhoso livro : dar dicas de sedução, ensinar a arte de amar !


"Esteja, antes de tudo, intimamente persuadido que podes conquistar todas as mulheres; e elas serão tuas; terá apenas que estender tuas armadilhas. Será mais fácil que os pássaros emudeçam na Primavera ou as cigarras no Verão, ou que o cão de Mênalo fuja diante das lebres do que uma mulher resistir à carinhosa solicitude de um homem. Aquela que tens como mais difícil de alcançar, também cederá. O amor furtivo agrada tanto ao homem quanto à mulher. Só que o homem não sabe dissimular e a mulher esconde muito melhor os seus desejos. (...) O pudor de fato tolhe a mulher de provocar certas carícias, mas agrada-lhe recebê-las, quando o outro toma a iniciativa. Sim, o homem tem em alta conta suas qualidades físicas, se espera que ela tome a iniciativa. Cabe ao varão começar, fazer as súplicas, e a ela cabe acolhê-las. Queres tê-la? Pede. Ela espera por isso. Conta-lhe a causa e a origem do teu desejo."

Este livro é dividido em três partes: na primeira ele dá dicas de como conquistar a mulher de sua escolha, na segunda ele diz como conservá-la, e na terceira parte ele se dirige às mulheres em si. Só que ele não coloca a mulher na mesma posição do homem, para ele a mulher deve assumir uma atitude um pouco mais passiva (mas ele não é radical, e até diz que elas devem aproveitar o máximo que puderem da juventude), para ele elas devem se cuidar para serem conquistadas. Então nesta parte ele fala sobre o andar feminino, os tipos e cores de roupas que ficam melhor com determinado tipo de pele, penteados, etc. 
Eu achei esse terceiro capitulo especialmente interessante por se tratar de dicas de um homem dadas há mais de 2 milênios!

No decorrer do livro ele comprova o que está dizendo através de passagens mitológicas, por isso a obra talvez fique um pouco cansativa, mas vale à pena lê-la!

quarta-feira, 27 de março de 2013

Retorno 2013 / A arte de amar



Fiquei muito tempo sem vir por aqui - mais de cinco meses, então estou morrendo de saudades!
Não sei ao certo o que me levou a parar de escrever, talvez tenha sido a falta de assunto ou mesmo a preguiça, mas independente do motivo que me fez temporariamente a desistir do blog eu voltei!

Gostaria de compartilhar com vocês rapidamente o primeiro livro que li esse ano, o porquê o li e falar um pouquinho sobre o autor, o livro é -  A arte de amar de Ovídio. O que me levou a lê-lo além do fato dele ter sido recomendado pela minha tia, foi que ele foi bastante comentado nas minhas aulas da faculdade.
Pois bem, ele foi escrito 1 a.C por um garanhão chamado Públio Ovídio Nasão, seu pai queria que se tornasse advogado, para manter o status, pois sua família era tradicional,  mas ele insistia que seu dom era a poesia. Cedo começou a ler seus poemas em público conseguindo assim fazer amizades com  intelectuais da época, e mais tarde passou a ser o predileto da alta sociedade, sendo convidado as melhores festas onde era constantemente aplaudido.
 Ele se casou três vezes, e era um verdadeiro Don Juan, dizia que gostava das altas, baixas, loiras, morenas, instruídas ou ignorantes o importante era que fossem belas e tivessem menos de 40 anos,essa era a exigência  do nosso poeta (não vamos rotula-lo como fútil, todos têm suas exigências né?! rs) . Veio a falecer com aproximadamente sessenta anos, mas antes deixou claro o que gostaria que fosse escrito no seu epitáfio : ”Eu, que aqui jazo, o poeta Nasão, cantor dos doces amores, pereci por causa do meu talento; mas tu, que passas, quem quer que sejas, se alguma vez amaste, não hesites em dizer: que os ossos de Nasão repousem suavemente."

Eu o acho incrivelmente romântico (sem ser ingenuo demais), esse foi um dos motivos que me levaram a ler seu livro A arte de amar, que fala sobre o relacionamento amoroso, e dá algumas dicas para os apaixonados. Eis aqui a primeira frase do livro: Se alguém deste povo desconhece a arte de amar, que leia este poema e, uma vez por ele instruído, ame". Mas sobre isso pretendo falar no próximo post...